Contratos das novas moradias foram assinados pelas famílias nesta terça-feira (24/09); incêndio que destruiu a comunidade ocorreu em 2021
Uma parceria estabelecida pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) com a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (COHAB-SP), por meio da PPP Municipal da Habitação, irá prover atendimento habitacional a 321 famílias atingidas por um incêndio ocorrido em 2021 na favela do Pernilongo, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. Os contratos de financiamento das novas moradias, viabilizados pela CDHU via Carta de Crédito Associativa (CCA), foram assinados pelos beneficiários na manhã desta terça-feira (24/09).
Presente na cerimônia, o presidente da CDHU, Reinaldo Iapequino, ressaltou o esforço conjunto entre os órgãos envolvidos na PPP para prover atendimento habitacional para as famílias. “Quando ficamos sabendo sobre a comunidade do Pernilongo, a gente tinha que conversar, Estado e Prefeitura, para ver se conseguiríamos recursos. Desde então, esse zumbido ficou na nossa orelha e o esforço que foi feito para que a gente pudesse dar uma solução passou, entre outras coisas, pela aprovação do Conselho de Habitação para trazer a PPP para isso. Não fosse esse ajuntamento de pessoas e instituições, a gente não teria esse êxito. Estão aqui Governo do Estado e do Município, com a Cohab e a CDHU, a concessionária, além do povo, que também é um dos agentes dessa parceria”, pontuou.
Além disso, o presidente da Companhia também enfatizou a alegria que a equipe da CDHU, enquanto agente do Governo, tem em cumprir a missão de atender as famílias com moradia. “Eu estou vendo a felicidade estampada no rosto de vocês, mas eu também quero externar a alegria do pessoal técnico, que não veio à toa. É gente que está atrás, trabalhando e executando. É uma alegria nossa como empregado do Governo chegar a um momento como esse e dizer ‘olha, nós estamos cumprindo nossa missão bem’. É isso que a gente quer”, finalizou.
Por da meio PPP, a Prefeitura, além de ficar responsável por todas as ações de legalização do empreendimento, repassa recursos à CDHU, que vai operacionalizar o financiamento para as famílias e acompanhará a evolução da obra para efetuar o pagamento à construtora contratada pelo município. Pela parceria, a Companhia tem direito a indicar 39% das unidades habitacionais, mas como o empreendimento irá acolher os ex moradores da comunidade, a demanda será compensada em outro empreendimento. O valor de investimento estimado para a construção das moradias é de R$ 60 milhões.
Moradores da comunidade há mais de 20 anos, o casal Shirley Gomes e Rogério Oliveira formam uma das famílias contempladas com os apartamentos. Ambos perderam todos os pertences no incêndio. “Não esperava que ia sair tão rapido, achava que ia demorar mais. Estamos muito felizes, é uma conquista”, disse Shirley. Pais dos pequenos gêmeos Enzo e Lorenzo, de 6 anos, e do Emanuel, de 15, eles ainda avaliaram a estrutura do empreendimento de forma satisfatória. “Achei legal, bem bacana. Não sabia que ia ter tudo isso. Para gente que tem criança, é muito bom”, disse Rogério. A casa, para a família, representa um alívio já que, agora, eles pagarão por um imóvel próprio e seguro, que assegurará o futuro dos filhos. “Só o fato de saber que a gente vai deixar algo para eles, que eles não vão depender de ninguém, vai ajudar muito”, completou ainda ele.
Quem também pode agora respirar aliviada por poder garantir um lar seguro ao filho é Cleide Cristina, que morava havia 10 anos na comunidade. “Quando pegou fogo foi muito triste para a gente, então o dia hoje é muito gratificante. Não tenho nem palavras mais para dizer além de gratidão porque era tudo o que eu queria, dar uma moradia digna para o meu filho. Queria dar algo melhor, uma casa própria e com um quarto para ele”, disse ela emocionada.
Já Nicoly Echiley, de 22 anos, que vai morar com o pai no novo lar, também comemorou a assinatura do contrato. “Estou me sentindo muito realizada, ainda mais depois de tudo o que a gente passou naquela situação, que foi muito triste, de muitas perdas. Eu realmente estou me sentindo muito feliz , muito grata por essa oportunidade e por todas as pessoas que estavam envolvidas neste projeto”, disse. A auxiliar administrativa também reforçou que, se não fosse pelas condições de pagamento oferecidas pela CDHU, não seria possível realizar o sonho da casa própria. “Achei que o valor realmente ficou acessível. Se fosse pela análise de crédito em outro lugar, eu jamais ia conseguir esse financiamento. Para mim foi muito bom”, explicou.
Com as regras do CCA, as unidades serão financiadas de acordo com a política de financiamento do Estado, o que inclui prazo de até 30 anos para pagamento, com juros zero, e comprometendo no máximo 20% da renda familiar, o que facilita a compra dos apartamentos por famílias de menor renda.
O empreendimento será dividido em dois blocos, tendo o primeiro quatro torres, e o segundo, apenas uma. Os apartamentos de dois dormitórios terão quase 50M², e os de um dormitório, 34m². Além disso, o condomínio terá uma ampla infraestrutura de lazer, com salão de festa, churrasqueira, playground e espaço pet.
