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28/03/2025 Sexta-feira 14:21

De chão de terra a casa com tecnologia inovadora: veja transformação em assentamento de SP

Assentamento Mario Covas, em São Simão, recebeu o projeto piloto de construção offsite; famílias terão atendimento habitacional realizado pela CDHU
 

Oito famílias do assentamento Mário Covas, em São Simão, tiveram a vida transformada nesta quarta-feira (26), com a entrega de casas construídas pela CDHU. As construções são fruto de uma parceria da Companhia com o Instituto de Terras de São Paulo (Itesp), que assinaram convênio no fim de 2024 para atender 630 famílias de assentamentos rurais e comunidades quilombola no Estado. 
 

As unidades são construídas com tecnologias industrializadas modulares offsite, a partir de um chamamento público feito pela CDHU para estimular métodos inovadores de produção habitacional. Após análise de propostas das empresas, aquelas que atendiam às exigências do edital estão sendo submetidas a provas de conceito, etapa que resultou na construção de moradias de São Simão. Com o offsite, as unidades são produzidas fora do canteiro de obras e montadas no lugar onde serão instaladas as moradias. Essas tecnologias permitem a fabricação dos componentes em uma fábrica, reduzindo o tempo e os resíduos de construção, reduzindo a emissão de poluentes.
 

Em São Simão, as tecnologias empregadas são: Woodframe,  Light Steel Frame, Lightwall, Impressão 3D, Steel Panel, Fibra de Vidro, Placa de PVC com estrutura de aço e Painel de Concreto
 

Em visita técnica ao assentamento nesta quarta-feira (26), o secretário de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco, destaca a variedade de tecnologias que estão em fase de testes. "Estamos vistoriando as oito casas já construídas para verificar a qualidade e conforto da construção, que são alguns dos aspectos a serem observados no nosso chamamento. Também vamos levar em conta os custos de cada modalidade, além da capacidade de produção em longa escala. É um processo muito técnico e inovador, então é um aprendizado comum para as empresas e para as equipes da CDHU". Após a visita técnica, as casas foram liberadas para os novos moradores.
 


IMPACTO NA COMUNIDADE

Zilda Clara dos Santos, uma trabalhadora rural de 58 anos, mãe de quatro filhos, sempre sonhou em ter um lar digno para sua família, o que se concretiza agora com a nova casa. Moradora do Assentamento Agrícola Mario Covas, em São Simão, no interior de São Paulo, onde chegou em 1996, enfrentou diariamente as dificuldades de viver em uma casa precária, sem condições adequadas de habitabilidade. "Era um desafio todos os dias", diz dona Zilda. "A casa era pequena e muito quente, não tinha ventilação adequada e o telhado vaza”, relembra a senhora com olhos cheios de lagrimas ao apontar para um antigo barracão de madeira. “Foi onde eu criei meus quatro filhos."
 

- Clique aqui e assista ao vídeo mostrando o antes e depois do projeto 
 

Dona Zilda relata as dificuldades que a construção inadequada trouxe, por anos, para a família. "A gente nunca dormia tranquilo. Sempre tinha que arrumar um balde, mudar os meninos de lugar", lembra. "No inverno, o frio castigava. No verão, o calor era sufocante. Era o que a gente tinha."
 

O sonho de uma casa digna parecia distante e, quando soube que seria uma das beneficiadas, Dona Zilda não conteve as lágrimas. "Era como se Deus tivesse ouvido as minhas preces. Eu não acreditei, achei que fosse promessa que nunca ia sair do papel. Mas foi diferente."
 

A nova casa chegou em caminhões e, em poucos dias, estava em pé. Com paredes firmes, um telhado resistente e, pela primeira vez, um quarto para dormir sem o medo da chuva. "Quando eu abri a porta, vi uma casa de verdade. Com janela que fecha e com um banheiro decente. Me senti gente! A casa me deu mais do que um teto. Deu dignidade, deu paz. Isso não tem preço."
 

- Clique aqui e conheça as histórias dos moradores de São Simão 
 

Outro morador do assentamento beneficiado é o senhor Maurílio Rodrigues de Souza, 58 anos. Ele vive de trabalhos esporádicos na agricultura e complementa a renda com a criação de alguns animais. 
 

Por anos, Maurílio viveu em condições precárias. No início, sua casa era uma simples estrutura de lona preta, frágil diante do vento e da chuva. "Fiquei três anos assim, depois passei para outro lugar, mas as dificuldades continuaram", relembra. Em 2011, com a chegada do processo de assentamento, ele conseguiu um lote definitivo e, aos poucos, construiu um pequeno barraco. "Foi minha primeira casa. Morei aqui por seis anos."
 

A rotina era dura. A água vinha de uma mina, muitas vezes barrenta, e o calor dentro da moradia improvisada era insuportável. Ainda assim, Maurílio se apegava à terra e se esforçava para melhorar sua situação. "Trabalhava com laranja, fazia bicos, juntava dinheiro, comprava material e ia construindo aos poucos."
 

Sua segunda casa, feita de blocos, trouxe alguma melhoria, mas ainda apresentava muitos problemas: infiltrações, falta de acabamento, estruturas tortas. "Ficou fora de nível, entrava enxurrada. Mas, já era um pouco melhor do que a primeira."
 

Hoje, Maurílio já está em sua nova moradia. Com um sorriso no rosto, ele aponta para a casa recém-construída e não esconde a emoção. "Agora vai mudar tudo. Não vai entrar chuva, não vai ter vento. Posso ter uma cama melhor, uma estante nova, coisas que antes não podia ter, porque estragavam."

Para ele, a nova casa é mais do que um sonho realizado. "Isso não é um sonho. Porque o sonho, a gente dorme e acorda. Isso aqui é real, é para sempre."
 

A casa de Maurílio utilizou uma tecnologia inovadora: a impressão 3D. A construção usou uma impressora 3D de grande escala, que deposita camadas de material para criar as paredes e o telhado.
 

As unidades entregues foram construídas em 90 dias, tempo muito menor do que em uma construção tradicional e foram projetadas para atender às necessidades específicas das famílias. Elas têm dois quartos, sala, cozinha, banheiro e lavanderia. Além disso, todas as casas possuem sistema de energia fotovoltaica com placas solares.
 

INCENTIVO A MÉTODOS CONSTRUTIVOS INOVADORES

A Companhia lançou, em fevereiro de 2024, o edital de chamamento para o credenciamento de empresas, com objetivo de construir 15 mil unidades habitacionais e mais 100 mil m² em módulos não residenciais em construção industrializada modular offsite.
 

A meta é – dentro do período do Plano Plurianual, até 2027 –  construir 7,5 mil habitações verticais (prédios); 7,5 mil habitações horizontais unifamiliares (casas); e 100 mil m² de prédios para uso público.
 

As empresas que tiveram as propostas aprovadas estão agora passando por provas de conceito, etapa que será submetida a análise e, em caso de avaliação positiva, homologação do sistema. Após esse processo, a empresa estará habilitada para a execução em larga escala e para a contratação para construção de conjuntos habitacionais. 
 

- Clique aqui e confira o processo de montagem das moradias em São Simão 


ASSENTAMENTO MÁRIO COVAS

A área é de domínio estadual e se tornou assentamento em 2011. Atualmente, conta com 124 lotes destinados a famílias assentadas pela Fundação ITESP, ocupando uma área de 748,2660 hectares, já incluindo as áreas preservação ambiental. Foi implantado em área contínua a Estação Ecológica da Fazenda Santa Maria, sob a gestão da Fundação Florestal, com vegetação natural presente em mais de 80% da área total da unidade. 
 

Sua implementação seguiu uma proposta agro-silvopastoril, que integra a agricultura, a pecuária e a floresta e os assentados podem comercializar seus produtos em programas de aquisição de alimentos governamentais, como PAA e PNAE, nos municípios de São Simão, Santa Rosa de Viterbo, Serrana, Cravinhos, entre outros. Há expressivo número de produtores que trabalham na área animal, com criação de bovinos para corte e leite, carneiros, suínos, aves, produção de ovos, exploração de mel, dentre outras atividades. Há também a produção de carvão vegetal, acompanhada pela Fundação ITESP e órgãos competentes que fomentaram a regularização e produção sustentável.

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